Grupos de Jovens: Espaço de Resistência, Esperança e Felicidade*
A Pastoral da Juventude é uma organização de juventude ligada ao Setor de Juventude da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Tem por fundamental papel o comprometimento com a evangelização da Juventude, em especial de jovens empobrecidos. A PJ é construída e protagonizada por mulheres e homens que sonham com um mundo mais justo, mais fraterno, onde tod@s tem voz, vez e lugar e desta forma dedicam sua vida à causa do Reino de Deus. Na PJ, o sonho, o canto, a poesia, a amizade, a luta e a resistência estão presentes em cada momento e em cada grupo de base, estes estão buscando construir a civilização do amor.
O
eixo da Pastoral da Juventude são os pequenos grupos de base. Estes que criam
laços fraternos, comunitários e confrontam a vida com o evangelho e formam
lideranças jovens para o engajamento na Igreja, sociedade e em outros espaços. Essa Metodologia de pequenos grupos é a mesma
adota por Jesus Cristo. Não deixando de trabalhar com a multidão, ele
dedicou-se à formação dos discípulos, especialmente dos doze. Em Galileia, Jesus
nota o cansaço e a fome de uma multidão que o seguia e questiona os apóstolos
sobre o que eles têm de alimento. Os apóstolos então dizem possuir cinco pães e
dois peixes e dizem não ser possível alimentar a multidão faminta. Jesus os
orienta para que o povo seja organizado e dividido em pequenos grupos. No
principio democrático da partilha e da organização, Ele realiza o “milagre da
multiplicação”. Esta organização pensada por Jesus é tão incrível que ainda
sobram alimentos.
Por
isso a nossa organização como PJ se dá por meio dos pequenos Grupos de Jovens,
com o intuito de alimentar e saciar aqueles que têm fome de justiça, esperança,
sonhos e fé. Vale destacar ainda que esses Grupos estão presentes nas nossas
mais diversas comunidades eclesiais, e é por e para eles que a Pastoral da
Juventude vive, existe e resiste.
Os
Grupos de Jovens variam no quantitativo de jovens (porém vale salientar a
importância dos pequenos grupos, conforme dito acima). Essa organização em grupo proporciona uma
melhor participação, facilitação na construção da amizade e partilha de vida,
incentiva o trabalho de cada um e cada uma e favorece a formação integral do
jovem. Formação esta que se dá por meio de todos os campos da vida do jovem:
Pessoal, Eclesial, Profissional, Social e outros. (Tudo está interligado e
conseqüentemente precisa estar em uma boa sintonia, de forma que contribua para
a jovem e o jovem crescer e ser feliz).
É a pedagogia que
nós chamamos de Formação Integral e Processo de Educação na Fé que vai englobar
toda a vida d@ jovem, passando pela:
·
Dimensão afetiva, que
vai ajudar o e a jovem a entender e ser pessoa;
·
Dimensão social
que vai integrar o jovem no grupo e na comunidade;
Dimensão espiritual, que vai
ajudar a entender e crescer na fé, a partir da vivencia da mística e espiritualidade
da PJ;
·
Dimensão política,
que auxilia no desenvolvimento do senso crítico e ajuda a tornar-se sujeito transformador
da história (sobretudo em tempos onde os sinais de morte estão cada vez mais
presentes);
·
Dimensão técnica, que
vai ajudar na formação para a liderança, planejamento e organização
participativos.
Para
obter o êxito de chegar a uma formação integral, é necessário percorrer etapas,
dar passos numa caminhada que acontece no grupo, mas também fora dele.
A
primeira etapa é o que batizamos de nucleação a “infância do grupo”. Esse é o
momento de da descoberta da própria situação, do que é o grupo de jovens de
porque se está ali e também de construir e amadurecer as relações entre as
pessoas.
Depois
de amadurecer um pouco, o grupo se depara com o que chamamos de Iniciação
“Adolescência do Grupo”. É hora de olhar para fora e realizar a descoberta da comunidade,
dos outros grupos de jovens. É momento de entender a importância da nossa
organização, enquanto juventude.
Após
vivenciar essa fase o grupo chega então a Militância, a fase “adulta do Grupo”.
Acontece quando o grupo começa a aprofundar sua ação e reflexão, os jovens
realizam a descoberta da sociedade e da dimensão política e social da fé. Aqui
se percebe que há outros milhares de jovens que não estão nas nossas
comunidades e que existem muitos problemas sociais e que, sobretudo afetam
diretamente a vida da juventude. É hora de comprometer-se com a transformação
da sociedade.
Esse
processo de formação integral e educação na fé, é um processo que se desenvolve
através da formação na ação. A própria ação do e da jovem e que deve
criar a necessidade da busca de conteúdo.
Nosso
grande desafio como Pastoral da Juventude, está em construir uma pastoral de
pequenos grupos e, ao mesmo tempo, a necessidade de momentos/encontros de
massa, importantes na motivação, animação dos jovens e nucleação de novos grupos.
Sem esquecer que nosso maior desejo é
aquele proferido pela Rainha Ester “O meu desejo é a vida do meu povo”. Nesse
caso nosso desejo é a poder ser essa resposta, esse espaço de vivência e
construção da vida do e da Jovem. A PJ não tem a pretensão de atingir todo
mundo e, aliás, nem tem como, porém queremos ser sempre uma proposta de vida e
esperança para os jovens.
Também é o grande
desafio dos nossos grupos de base, não esquecer aquilo que vimos e ouvimos. Em
tempos onde a intolerância, os preconceitos e as violências falam por si só,
nossos grupos inspirados sobretudo na vida do Cristo, lutam e resistem para
continuarem sendo espaços de profecia, vida, esperança e anunciação da
Civilização do Amor.
Por
isso você jovem que ainda não está engajado ativamente em nenhuma pastoral da
sua comunidade, mas deseja engajar-se e quer contribuir, partilhar, ofertar e
deixar a pastoral da juventude também contribuir no seu crescimento e
amadurecimento, nessa grande ciranda da vida, junte-se a PJ Procure um grupo de
jovens que com certeza, este será um espaço aberto pra te acolher.
Por: Guilherme Guido - Coordenador da PJ Regional Norte I pela Arquidiocese de Manaus.
*Resumo do texto está publicado na Revista Arquidiocese em Notícias, do mês de maio de 2018.